sexta-feira, 26 de agosto de 2011

NATO: SIM OU NÃO?

Os recentes acontecimentos no mundo árabe, vieram trazer à luz a nova faceta da Nato.
Aquilo que inicialmente era um pacto defensivo, depressa se tornou num pacto agressivo com as chamadas guerras "preventivas", mal explicadas e algumas delas, senão todas, sem outro fundamento que não o dos interesses norte-americanos espalhados pelo mundo. Sem o argumento do terrorismo, a Nato, sob a batuta americana,vem agora com as "guerras humanitárias" para justificar a sua participação em assuntos que não lhe diziam respeito, como aconteceu na Líbia.
Não se trata aqui de fazer a defesa do regime de Kadafi, mas tão só da constatação de que a Líbia é ou era um País soberano, com fronteiras próprias, e competia ao seu Povo, e só a ele resolver os problemas internos, pegando em armas, enfrentando o ditador.
Quando a Nato se resolve imiscuir nos assuntos internos de um País terceiro, perde toda a razão e legitimidade de existir e agir.
Curiosamente, as convulsões que afectaram os países árabes, foram acompanhadas na Europa, por manifestações de desagrado acompanhadas de violência, pela gestão governamental dos países do velho continente.
No Egipto, Tunísia ou na Líbia o que levou à contestação popular tem os mesmos sintomas na Europa, com a diferença de que os "rebeldes" europeus são apelidados de "vândalos" e os "vândalos" naqueles países de "rebeldes", quando o que está em causa, são as más condições de vida de uns e outros, determinada pela única forma de pensar, a do império americano, subjugando os interesses das populações ao capital financeiro.
Se as manifestações de desagrado na Europa assumissem as proporções que assumiram nos países árabes, e os governos "democráticos" decidissem ter as mesmas atitudes dos ditadores árabes, isto é reprimir as manifestações, então assistiríamos a declarações de apoio aos governos aliados e amigos. E se os manifestantes ousassem responder à repressão, certamente que não se ficariam pelas declarações mas sim de um apoio efectivo.
À luz dos novos desenvolvimentos, questiona-se até que ponto Portugal deve ou não integrar uma força de ocupação de países com os quais sempre mantiveram boas relações em nome de interesses alheios.
Porque ninguém foi consultado, tido ou achado na decisão de integrar aquela organização, faz todo o sentido referendar a continuidade na Nato.
NATO: SIM OU NÃO?

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